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A FUNDAÇÃO

ANTONIO PARGANA

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MISSÃO

Que ligações devemos estabelecer com os países da Diáspora e com os luso descendentes? Como promover relações positivas que permitam o intercâmbio de conhecimento e a promoção de atividades que expressem a importância de entender o Portugal Contemporâneo? Como envolver as instituições e as empresas?

Todas estas questões são respondidas a partir da ideia-base que levou à constituição da FAP: Valorizar a Cultura portuguesa e a relação com os luso descendentes.

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A Fundação

Constituída em Outubro de 2023, a Fundação António Pargana pretende contribuir para o fortalecimento dos laços entre Portugal e a Diáspora, em particular com o universo estudantil com ligação hereditária ou afetiva ao país.

A FAP

O objetivo principal da sua atuação é o de reforçar a ligação entre Portugal e a Diáspora através de um maior conhecimento mútuo. Destinatários diretos da ação da Fundação AP, os lusos descendentes e luso falantes terão a possibilidade de criar ligações distintas com a realidade do Portugal Contemporâneo, através de programas disponibilizados pelas Universidades parceiras da FAP.

Estes programas, organizados com o apoio de instituições públicas e privadas, empresas e outras entidades que se queiram associar a esta missão, deverão constituir uma valência acrescida para os jovens que os frequentem e que, através de um contacto direto com o tecido empresarial, instituições culturais, políticas e outras, criem ou reforcem a sua ligação a Portugal.

A incorporação de talentos provenientes dos países da Diáspora em empresas portuguesas insere-se igualmente no conjunto de atividades a desenvolver.

Os programas da FAP terão duas vertentes específicas: uma teórica que contempla aulas, seminários temáticos em universidades e formações e uma prática e vivencial, proporcionando visitas e encontros a instituições públicas e políticas e a empresas portuguesas. Importa que as visitas e encontros possam pôr em diálogo as gerações mais novas com os protagonistas das atividades públicas e privadas.

Apostar em sinergias com parceiros e instituições que possam contribuir para a valorização crescente da cultura portuguesa é uma tarefa que se deseja contínua e benéfica para todas as partes. Para tal, a FAP promove a criação de um diálogo aberto e contínuo para melhorar apurar que áreas de intervenção podem beneficiar a sua missão.

Educação

As áreas de intervenção da FAP contemplam o ensino da Cultura, da História, da Economia e da Língua Portuguesa.

De cariz privado, a FAP desenvolve protocolos e parcerias com entidades, instituições e estabelecimentos de ensino públicos e privados, apoiando programas, formações e projetos de investigação.

A difusão da Cultura portuguesa carece de apoio, de divulgação, de incentivo. Por isso, a FAP disponibiliza apoios financeiros, subsídios e bolsas para atividades e projetos que se insiram no campo de ação e na missão prevista nos estatutos.

ÁREAS DE ACTUAÇÃO
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Educação e Formação Académica

Colaboração com instituições de ensino superior, apoio a programas educativos, formação e investigação sobre a cultura portuguesa e relação com a Diáspora.

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Promoção Cultural e Difusão da Identidade Portuguesa

Organização e participação em conferências e outros eventos com o intuito de promover a cultura, a história e a língua portuguesa.

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Apoio e Financiamento de Projetos

Apoio a universidades e outras instituições que desenvolvam projetos com o objetivo de divulgar e dar a conhecer Portugal junto de estudantes e outros públicos.

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Colaboração Institucional e Internacional

Parcerias com entidades nacionais e internacionais, incluindo comunidades portuguesas no estrangeiro e instituições públicas e privadas, para fortalecer os laços entre a Diáspora e Portugal.

EQUIPA
Presidente da Fundação
Presidente da Fundação

Antonio Pargana

Qual é o objetivo da Fundação AP?

Todos temos uma ou várias histórias. São estas que constroem a pessoa que somos. Juntos, na complexidade de cada história, contamos também a história de um país. Quem somos, de onde viemos e para onde vamos. O principal objetivo da Fundação António Pargana é revelar aos filhos, netos e bisnetos de portugueses o Portugal novo, a sua história, a dimensão cultural, a capacidade tecnológica e económica. Através de parcerias com universidades e outras instituições, pretendemos potenciar a ligação da Diáspora e seus descendentes ao Portugal contemporâneo, sendo uma plataforma de encontro no presente e no futuro.

Onde começa a sua história?

Nasci no Porto. Foi lá que o meu pai terminou o curso de engenharia; contudo, os meus pais são originários do Algarve. Se me perguntarem de onde sou, responderei que sou algarvio. Tinha quatro anos de idade quando fomos viver para Moçambique. Foi na aldeia do Guijá-Limpopo que entrei na escola primária.

Alguns anos depois, a família regressou a Portugal e optámos por viver em Lisboa. Aí frequentei o Liceu Camões e, depois, o Instituto Superior Técnico (IST). No final do primeiro ano da licenciatura, o meu pai regressou a África, desta feita a Angola, e a família juntou-se a ele. Continuei os estudos na Universidade de Engenharia, em Luanda.

Estava em Angola no dia 25 de Abril. A revolução alterou a sua vida?

Em 1972, fui convocado para o serviço militar obrigatório. Era um oficial miliciano numa companhia baseada em Benza, no norte de Angola, quando ocorreu o 25 de Abril de 1974, iniciando-se o processo de descolonização. Saí do exército imediatamente. Já casado com uma estudante da Faculdade de Medicina de Lisboa, comecei a trabalhar em Luanda. Em novembro de 1975, poucos dias antes da independência de Angola, regressámos a Portugal. A liberdade conquistada era inebriante, mas as oportunidades de emprego para quem procurava o seu primeiro trabalho eram quase inexistentes. A minha vida está ligada à necessidade. É a necessidade que faz o engenho e a revolução de Abril levou-me ao Brasil, país que me encantou pelas suas dimensões continentais e pela alegria e cordialidade da sua gente.

O Brasil ofereceu-lhe uma nova perspetiva de vida?

Mal cheguei a São Paulo, respondi a anúncios de oferta de emprego publicados na edição de domingo do jornal O Estado de São Paulo. Em menos de uma semana, comecei a trabalhar numa fábrica em Guarulhos. Não era o que ambicionava, mas três meses depois, fui trabalhar na Cotia Trading, do Grupo Ovídio Miranda Brito, um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina brasileiros. Viajei inúmeras vezes para a Nigéria, Gana e Costa do Marfim, onde abrimos escritórios comerciais e fizemos vários investimentos.

O Brasil precisava de aumentar as suas exportações e equilibrar a balança de pagamentos. Já como Diretor Comercial da Cotia, fechei a primeira venda de álcool combustível brasileiro para os Estados Unidos da América, celebrámos contratos para venda de carne e de commodities agrícolas para o Iraque e começámos a exportar aço e produtos diversos para a Malásia, o Japão, a Coreia e a China. O Brasil mostrou-me o que pode ser feito quando se pensa grande. Em 1989, realizaram-se as primeiras eleições democráticas brasileiras, pondo fim à ditadura militar.

Pude contribuir para algumas mudanças que transformaram o Brasil para melhor, pois participei na equipa que trabalhou na elaboração do programa de governo de Fernando Collor de Mello, nomeadamente na Nova Política Industrial e de Comércio Externo, que extinguiu a maior parte das barreiras não-tarifárias herdadas do período de substituição de importações. Em 1990, o total de exportações do Brasil era de aproximadamente 31,4 mil milhões de dólares norte-americanos e o total de importações de cerca de 20,6 mil milhões, com um saldo comercial de 10,7 mil milhões. Em 2023, o total das exportações brasileiras foi de 339,67 mil milhões de dólares norte-americanos e o total de importações de 240,83 mil milhões, com um saldo comercial próximo dos 100 mil milhões.

Assumiu funções executivas no Brasil?

Colaborei na transição do Governo do Presidente Sarney para o do Presidente Collor, coordenando atividades nos setores de comércio externo, siderurgia e transportes. No Ministério da Infraestrutura, conduzi a transição para o ministro nomeado, Osíris da Silva. Logo após a tomada de posse do novo presidente, retomei as minhas atividades empresariais em São Paulo.

De que forma a democracia no Brasil influenciou o seu percurso como empreendedor?

Em 1994, com Olacyr de Moraes, que era o maior produtor de soja do mundo, fundei a Dealer que, posteriormente, se transformaria na Cisa Trading. A partir de 1997, a Cisa, com uma base alargada de novos investidores (nomeadamente Fernando Aboudib Camargo, um grande empreendedor e empresário brasileiro), aumentou o seu volume de vendas e o número de clientes, tornando-se uma das maiores empresas brasileiras de comércio internacional.

Não se consegue exportar sem importar. Num mundo cada vez mais globalizado, as produções industriais incorporam matérias-primas e componentes de várias origens. O segredo está em combinar e maximizar de forma eficiente produtos de qualidade ao menor preço possível, independentemente de onde são produzidos. O Brasil, pela sua desvantagem geográfica — adquire componentes industriais produzidos em continentes que estão a mais de 10 dias de viagem por via marítima e exporta produtos brasileiros para os mesmos destinos longínquos — tem de administrar com competência os fluxos de comércio e a respetiva logística.

Quais eram as suas áreas de interesse? Que áreas considerou estratégicas em termos empresariais e de aposta pessoal?

A Cisa Trading atuava em todas as principais cadeias de distribuição, importando veículos e peças automotivas, cosméticos, produtos farmacêuticos, de informática, máquinas e equipamentos, produtos químicos, eletroeletrónicos, metais não ferrosos e aço. Operava em terminais privativos, entrepostos e estações aduaneiras, com filiais em todo o Brasil e no exterior (EUA e Argentina). Oferecia soluções logísticas, operacionais, tributárias e financeiras. Movimentava mais de 500 mil itens e processava cerca de 100 mil faturas. Em 2021, a Cisa Trading celebrou um acordo de associação e transferência da sua carteira de clientes para a Comexport. Surgiu assim a maior trading brasileira. Os acionistas da Cisa continuaram com participação nos negócios que criaram.

Fez a sua vida no mundo, sem perder os seus laços com Portugal.

As raízes da diáspora portuguesa residem no ideal de busca além-mar de riquezas para Portugal. Os vetores principais sempre foram os transportes e as mercadorias. A minha experiência em comércio externo mostrou-me a importância da escala e da rede. Estou convicto de que, com inteligência e networking apropriado, milhões de descendentes de portugueses podem multiplicar o tamanho do mercado para as empresas portuguesas, que com escala vão perseguir os mesmos objetivos de prosperidade, agora com recursos atualizados.

Viveu a experiência da Diáspora, a triangulação Portugal-África-Brasil. Em que acredita?

Acredito na capacidade que temos para empreender e criar riqueza. E acredito na importância fundamental de estabelecer parcerias. Em todos os investimentos que realizei, tenho sócios, alguns dos quais executivos. Acredito e pratico a participação dos funcionários nos lucros gerados. Em 2000, inaugurámos a Companhia Portuária de Vila Velha (CPVV), um terminal portuário de apoio à exploração de petróleo. Em 2002, fundámos a Companhia Energética de Petrolina (CEP), empresa geradora de energia térmica, hídrica, solar e eólica. Sou igualmente um dos fundadores da Quanta Geração S.A., empresa geradora de energia hídrica e solar, e da Companhia Metalúrgica de Paulínia, que controla a Steel Wharehouse Cisa, um centro de serviços de aço. Em 2015, comecei a fazer investimentos em Portugal. Em conjunto com outros investidores brasileiros, adquirimos pela CPW e através da Global Roads uma participação de 30% na Brisa Concessões Rodoviárias. Na mesma época, criei em Portugal a TivarInvest, empresa de participações e investimentos mobiliários.

Mantém-se muito ativo e a Fundação AP é prova disso. Contudo, assume outros cargos além da presidência da fundação que instituiu. Quais?

Participo como membro do conselho de administração das diversas empresas em que sou acionista. E estou sempre atento a oportunidades de negócio que possam surgir.

Quero de alguma forma retribuir a honra que recebi ao ser galardoado pelo governo português, em 2015, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante.

A Fundação é uma decorrência da minha atividade como Presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil – São Paulo de 2005 a 2009 – e Presidente da Eurocâmaras (Julho de 2008 a Junho de 2009), órgão em que participam as diversas Câmaras de Comércio europeias. E de ser conselheiro de Portugal no Mundo e membro do Conselho da Diáspora Portuguesa.

Vejo como minha prioridade levar este sonho a portugueses que, como eu, imigraram e fazem parte da nossa Diáspora. E poder assegurar a sua colaboração para um futuro melhor para todos.

Antonio Pargana

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